5 de jun. de 2021

2021 é ano do meio ambiente, e seus clientes já estão cobrando uma posição

 


Por Marcelo Rocha *

Este ano a Cúpula Climática uniu 40 líderes globais e propôs uma agenda intensa de mudanças para garantir a sobrevivência do nosso planeta. Seja pelo combate à pandemia da COVID-19 como pelos avanços do desmatamento, ficou claro que a responsabilidade será grande para governos e empresas. No Brasil, a situação é alarmante. O desmatamento teve alta de 216% em março, o maior dos últimos 10 anos no período.

E o seu mercado também será cobrado por isto. A influência das companhias na sociedade se tornou inegável, e as novas gerações estão acompanhando para nos lembrar dessa posição. Cerca de 90% dos Millennials e Geração Z acreditam que as empresas precisam contribuir para uma mudança positiva na sociedade e no meio ambiente, como mostra a Edelman Trust Barometer 2021.

Se hoje você espelha o seu negócio em grandes marcas como Facebook, Google e Apple, saiba que elas estão levando isso a frente – e muitas delas cobrarão isso também dos parceiros e fornecedores. E se você um dia sonha em se aliar a estas marcas ou se tornar um líder para seus clientes, este será um passo importante.


O Facebook, por exemplo, anunciou em abril que reduziu a emissão de gases de efeito estufa em 94% somente nos últimos três anos, e que olhará para toda a cadeia de suprimentos. Empresas como a Accenture anunciaram também que trabalharão para criar soluções para capacitar empresas a acelerar o processo de descarbonização em suas cadeias.

Indo um passo além

Apesar dos avanços, muitos esforços ainda estão focados na redução do impacto delas no meio ambiente – o que é positivo -, mas é preciso ir além. Influenciar não significa apenas remediar os erros e impactos do passado, mas sim o papel de inspirar as próximas gerações a agir. É preciso olhar para os desafios que populações ao redor do mundo estão enfrentando pelas mudanças climáticas, e assumir um papel de transformação em diferentes frentes, tanto externamente como internamente. E parte está em ouvir o que eles acreditam como indivíduos.

A Zendesk, por exemplo, consultou os colaboradores em outubro do ano passado para entender em quais frentes deveria investir, e com isso definiu a agenda de esforços em impacto sócio-ambiental para 2021. Dentre as principais prioridades, o meio ambiente foi um dos destaques (além da saúde mental, combate à fome e inclusão digital).

Com isso, além de assumir uma agenda de compromissos ambientais, também incentiva os funcionários e os parceiros a se engajarem nas medidas em que acreditam, incluindo voluntariado, recursos para doações, apoio à ONGs globais e programas de apoio para empresas que se empenham nessas causas, como o Tech for Good para startups.

Impactos positivos no negócio

Ter empatia e se envolver em causas como a ambiental se tornou um foco para os clientes em 2020, e isto sem dúvidas impactará nos negócios, especialmente no Brasil. O estudo CX Trends 2021 mostrou que 78% dos brasileiros querem comprar de empresas socialmente responsáveis, acima da média global (63%). Esse sentimento está cada vez mais presente e ativo nas novas gerações, que se mostraram mais envolvidas do que qualquer geração anterior em tornar o planeta sustentável.

As empresas que se adequam a estas expectativas estão sendo recompensadas por seus clientes. Segundo um estudo da Capgemini “Como a sustentabilidade está fundamentalmente mudando as preferências de consumo”, 77% das empresas viram a sustentabilidade impulsionar a fidelidade dos clientes, e 63% delas tiveram aumentos na receita com estas medidas.

Não é fácil estipular uma receita de sucesso nessas iniciativas que funcione da mesma forma para todas as empresas, mas é consenso da sociedade que as empresas se tornarão progressivamente mais responsáveis como vozes e agentes da mudança, e o impacto na receita se mostra evidente.

Há muitos caminhos para se tomar, mas um bom ponto de partida é ouvir todos os stakeholders da empresa (clientes, parceiros, colaboradores, etc) e olhar para as principais metas de sustentabilidade que as Nações Unidas mapearam para o futuro. Independentemente do caminho escolhido, agir agora nos levará para a condição mais vital de todos os negócios e pessoas: a garantia de um futuro melhor.

Marcelo Rocha *, vice-presidente de Vendas da Zendesk no Brasil.

17 de mai. de 2021

LGPD: uma possível mina de ouro para os negócios

 Adílio Santos*


Os seus dados agora são efetivamente seus. Graças à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o consumidor final terá mais segurança e controle sobre suas informações, sabendo como as empresas poderão (ou não) utilizar esses dados. Já para as organizações, essas novas regras podem ser vistas como um problema em um primeiro momento, mas, olhando por outra perspectiva, é importante ressaltar que a legislação não vem para restringir, mas para organizar e regulamentar a forma como essas companhias lidam com essa questão.

E é por meio dessa perspectiva que quem entender a LGPD como forma de novos negócios vai se sair muito bem. Me arrisco a dizer, inclusive, que essa nova regulamentação trouxe inovação para o mercado. Nós falamos muito que a pandemia de covid-19 forçou as organizações a se modernizarem, no entanto o que trouxe inovação para essas empresas foi a maneira que trataram os dados pessoais de seus clientes.

Na área dos transportes públicos, por exemplo, vemos um movimento de transformação onde os serviços de compra e pagamento de passagens vêm se tornando cada vez mais digitais. Na cidade de São Paulo já existe a possibilidade de pagar uma viagem de ônibus por meio do cartão de crédito ou então comprar bilhetes de Metrô e trem via aplicativo no celular e utilizá-los por meio da tecnologia de QR Code. É nessa mudança e quebra de paradigmas que podem existir as oportunidades de ouro para os novos negócios baseados na LGPD.

A Lei Geral de Proteção de Dados define um caminho que, se alinhado à necessidade do mercado e à inovação, respeitando aspectos de proteção e segurança de dados, podem ser geradores de novos negócios, uma vez que é a partir da adequação das empresas que são criados novos mecanismos para desenvolvimento de aplicativos, validação de identidade, serviços em segurança e monitoramento de dados.

Tudo isso ao passo que essas mudanças ajudam as companhias a vender novos serviços e a se posicionarem frente aos seus parceiros e fornecedores como agentes de transformação. Prova disso é que, de acordo com uma pesquisa da Boa Vista SCPC, mais de 80% das empresas consideram que a LGPD é capaz de gerar novos negócios, bem como desenvolvimento. Na Europa, onde a GDPR já figura como Lei de regulação para a proteção de dados pessoais desde 2018, segundo pesquisa realizada pela Capgemini Research Institute, 92% das empresas dizem ter ganhado vantagem competitiva após suas adequações.

E tudo isso acaba quando todas as empresas estiverem adequadas? A resposta certamente é não! Primeiro, ainda há um longo caminho que precisamos percorrer na regularização das companhias a essa nova legislação.

Mesmo depois que grande parte das companhias brasileiras estiverem adequadas quanto à LGPD, vamos entrar em uma fase de manutenção e continuidade dos processos de proteção e segurança de dados, já que novas tecnologias vão surgir no mercado e as empresas vão precisar assegurar a privacidade dos dados a partir dessas inovações.

Isso mostra que estamos ainda engatinhando frente a uma oportunidade gigante que o mercado nos coloca. Para aqueles que souberem minerar bem, a LGPD pode ser a galinha dos ovos de ouro para os negócios, com uma fonte duradoura.

* Gerente de governança e compliance da Claranet

12 de mai. de 2021

Apps e Websites: Falhas de sistema podem destruir a reputação da sua empresa

Crédito de Imagens:Divulgação


*Por Roberto de Carvalho

Em 2019, o relatório Global App Trends apontou o Brasil como o segundo maior mercado de aplicativos do mundo. Em 2020, mesmo com a pandemia, um estudo da APPFlyer, indicou aumento de 15% nas receitas de aplicativos no país.

Recentemente, a empresa especialista em consumo digital, App Annie, divulgou uma pesquisa que revelou que, só no primeiro trimestre de 2021, o Brasil foi o segundo país com a maior média de horas por dia utilizando aplicativos e que, até o final do ano, o mercado global de apps deve atingir a marca dos US$ 6,3 trilhões.

Outro setor que também tem mostrado crescimento considerável no Brasil desde o início da pandemia é o de e-commerce, que de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), registrou, em apenas dois meses, 107 mil novas lojas online.

Apesar dos números positivos, os últimos dois anos foram evidenciados pelas maiores falhas de sistema da história recente. Tal fato resulta da escassez de processos e camadas de testes que asseguram a qualidade desses softwares, o que, além de acarretar prejuízos financeiros para as empresas, também gera frustrações nos clientes e denigre a reputação das marcas.

Mas, se já é sabido que os testes de qualidade podem diminuir o número de falhas, por que, em pleno momento de ascensão do setor, muitas organizações ainda não os realizam? Bom, há diversas respostas para esta questão, porém, existem alguns motivos que podem ser destacados, entre eles:

A crença de que os desenvolvedores são responsáveis por testar o próprio código e entregá-lo livre de erros;

A convicção de que a realização de testes é uma etapa posterior ao desenvolvimento;

O costume de acumular muitas modificações em sistemas para liberá-los de uma única vez;

Redução da cobertura de testes executados para apressar a liberação.


Outro motivo que podemos citar é a pressão em termos de custo e prazo. Fazer mais rápido e mais barato é sempre um imperativo. Nesse contexto, é comum que as empresas acabem sacrificando algumas etapas. Porém, quando se trata de segurança e funcionalidade de sistemas, isso não deveria ser uma prática. Assim como é inadmissível um engenheiro civil reduzir a segurança de um prédio, uma equipe de desenvolvimento de software jamais deveria permitir o comprometimento da segurança das informações, da privacidade dos usuários, assim como colocar a reputação da empresa em risco.

Embora as consequências da insuficiência de testes em aplicativos e websites variem de acordo com a gravidade do problema, é possível afirmar que em um nível operacional, a primeira decorrência direta é o aumento exagerado nos esforços de suporte ao usuário. A segunda, um gasto significativamente maior com manutenções corretivas. Em casos mais sérios, as complicações podem provocar atrasos nas operações, erros em emissões de documentos, retrabalhos, entre outros. Se a aplicação contiver uma brecha de segurança, os prejuízos podem ser inimagináveis.

As empresas precisam compreender que é necessário realizar testes de qualidade em todo o processo de desenvolvimento do sistema, inclusive no início com provas de conceito e com behavior-driven development. Durante a elaboração, com testes unitários e ao final do desenvolvimento com testes automatizados e exploratórios, além de outras práticas. Após a liberação, também é necessário testar em ambiente de produção, com uma abordagem shift-right testing.

A melhor maneira de assegurar que um app ou website funcione bem em diversos aparelhos, é utilizando Device Farms que, além de possibilitar a execução de uma bateria de testes automatizados em dezenas de equipamentos de uma só vez, facilitam o acesso e a gestão de dispositivos, tornando-os acessíveis remotamente para times de desenvolvedores e testadores.

Uma última questão crucial é as organizações entenderem que apesar de diminuírem significativamente os números de falhas, os testes nunca serão suficientes para zerar os bugs de um sistema. Portanto, além de transformar crenças, convicções e costumes nocivos, as empresas devem ter uma estratégia de cobertura que assegure o total funcionamento das funções mais críticas, podendo ser mais flexível em relação às funções periféricas ou menos essenciais.

* Roberto de Carvalho é Chief Revenue Officer da Prime Control. Com experiência em liderança de vendas e gestão de unidade de negócios há mais de 18 anos, possui uma carreira desenvolvida em grandes players globais e brasileiros como Capgemini, Prodesp, IBM, Stefanini, Origin, OptiGlobe, LogoCenter e CompaQ.

Livre de vírus. www.avast.com.

3 de mai. de 2021

O papel do Analista de Dados na Transformação Digital das empresas

 *Alexandre Tibechrani, General Manager Latam da Ironhack



Durante o isolamento social, observamos uma maior dependência da tecnologia entre as pessoas, já que elas aumentaram a frequência do uso de aplicativos para chamadas de vídeo e reuniões de trabalho, compras online, acesso à redes sociais, uso de apps de entrega de alimentos, serviços de streaming, etc. Essa necessidade de conexão também foi observada pela maioria das empresas e, muitas delas, decidiram investir de vez na Transformação Digital. De forma resumida, isso significa que foi preciso realizar uma reestruturação dos métodos das companhias, absorvendo uma cultura digital com o objetivo de facilitar os processos e, por consequência, ganhar produtividade.

 

Vale lembrar que o ano passado foi marcado pelo maior número de desempregados que o Brasil já teve, atingindo o volume de 13,4 milhões de pessoas - uma taxa média anual de 13,5%. Ao mesmo tempo, apesar das dificuldades que a pandemia trouxe, algumas áreas se destacaram, como a de tecnologia e dados. Por conta dessa aceleração dos processos digitais nas empresas, os profissionais que atuam com tecnologia foram ainda mais requisitados, já que tiveram que repensar e viabilizar boa parte do  modelo de negócios para aproveitar de vez as oportunidades do ambiente digital.

 

Conforme a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), o mercado de tecnologia da informação deve criar 264 mil vagas nos próximos quatro anos. Entre os profissionais mais requisitados pelo mercado nesse período está o Analista de Dados, função que geralmente apoia uma tomada de decisão fundamentada na análise de dados da empresa. 

 

O dado foi corroborado em levantamento realizado pela PageGroupe, que aponta os profissionais especializados em dados entre os mais relevantes de 2021 pelo fato de possuírem um papel importante nas áreas de negócios das companhias ao extrair, armazenar e analisar todas as informações. O cargo vem despertando o interesse de diversos profissionais pelo crescente número de vagas disponíveis e a remuneração oferecida pelo mercado de trabalho - empresas pagam até R$ 17.250 por mês, de acordo com recente relatório da consultoria Robert Half. 

 

Como as companhias se transformam de uma maneira mais ágil do que o modelo educacional consegue se mover hoje, existe uma lacuna no mercado que precisa ser resolvida rapidamente. Atualmente, os bootcamps são uma excelente opção para preencher esse espaço, por serem cursos rápidos de alta qualidade técnica e que oferecem a mesma carga horária de estudos em relação a uma graduação. 

 

Até mesmo pela alta demanda por esse tipo de profissional, as empresas têm aceitado cada vez mais pessoas treinadas por meio desses cursos intensivos. Um exemplo disso é que há dez anos, o Google exigia formação em universidades renomadas e, hoje, a seleção da companhia é muito mais focada no portefólio de cada candidato, no histórico de aprendizagem e dos problemas resolvidos com a tecnologia. 

 

Até pouco tempo, raramente se falava em análise de dados. Por essa razão, ainda temos tão poucos profissionais especializados na área. De uns anos para cá, a função ganhou outro nível de relevância com a necessidade das companhias em realizarem a Transformação Digital e, com isso, terem a possibilidade de ampliar o alcance dos seus negócios. Felizmente, iniciativas como os bootcamps de tecnologia podem acelerar a formação de profissionais capacitados e ajudar o mercado a encontrar esses talentos mais rapidamente.

 

*Alexandre Tibechrani é General Manager Latam da Ironhack, escola global de tecnologia e programação presente no Brasil e em outros oito países.
 

Sobre a Ironhack

A Ironhack é uma escola de tecnologia global de renome internacional, que oferece bootcamps e cursos imersivos em Desenvolvimento Web, UX/UI Design, Data Analytics e Cibersegurança. Com campus em Madrid, Barcelona, Miami, Paris, Cidade do México, Berlim, Amsterdam, São Paulo e Lisboa, a Ironhack ajudou mais de 8.000 estudantes a escrever as suas histórias de vida através da tecnologia. Hoje em dia, a Ironhack auxilia também algumas das melhores empresas do mundo a contratar, treinar e reter talentos de alta tecnologia, incluindo marcas como a Microsoft, Visa, Capgemini, Siemens e Santander. Mais informações: https://www.ironhack.com/br